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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Verde - Maduro Vs Maduro - Podre


Já não se pode esperar que uma organização para a qual se trabalha dure muito tempo. E a razão é simples: imaginando começar a trabalhar aos 30 anos, quando chegar aos 60 é bem provável que essa organização esteja mentalmente cansada e os seus colaboradores, apesar de serem bastante bons na sua função, já não aprendem grande coisa. Agora imaginem 40 ou 50 anos no mesmo tipo de trabalho. Como é depois possível contribuir alguma coisa à espera que o seu trabalho se torne novamente um desafio e uma satisfação. Apesar de só ter ainda 3 anos de trabalho, presencio e convivo com quem tem muitos mais. Chego a concluir que daqui a uns anos, qualquer pessoa se comece a deteriorar, aborrecer, a perder toda a alegria no trabalho, ou seja “reformam-se continuando ainda a trabalhar” e tornam-se um fardo para eles próprios e para todos os outros á sua volta.

domingo, 19 de julho de 2009

A crítica




Certo modo criticar é fácil. Arrisca-se muito pouco e aprecia-se estar acima daqueles que presenteiam o seu trabalho. Crinein, que significa separar e julgar, é um espírito que preserva o que merece ser afirmado e põe em dúvida a pretensão daquilo que vai além do seu domínio de aplicação e, portanto, não merece ser afirmado. Pertencendo à ordem de um acto de espírito que duvida antes de afirmar, a crítica pertence, então, à ordem da liberdade de espírito. Esta liberdade vai notar-se no decurso deste blog, onde a minha intenção não é a de falar mal, mas também não tenciono falar bem lol...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Encarar a vida com maturidade


Alguém me disse um dia que um homem tende a viver à altura das expectativas dos seus pais, ou corrigir os erros que eles cometeram. Tenho consciência que faço um pouco das duas coisas.
Mas os sonhos dos meus pais não são os meus.
Apesar de ter crescido dentro dos seus valores e de me terem indicado o melhor caminho, eu é que tive de o percorrer.
Não duvido que são as pessoas que mais gostam de mim, mas por vezes esse gostar não nos deixa crescer. Ainda hoje sou considerado “filho rebelde” por ver o mundo com os meus olhos e acreditar em realidades um pouco distantes. Pois só eu sei o quanto me custou percorrer esse caminho. E essa experiência foi única. Ninguém a viveu intensamente como eu. Ninguém sabe o que senti nem o que pensei.
Assim como eles foram a evolução da geração dos seus pais, eu sou a evolução da geração dos meus.
Nunca o mundo assistiu a tamanha evolução como nestes últimos anos, logo as mentalidades encaram Presentes e Futuros muito diferentes. O meu Presente é o Futuro deles. E eu certamente conjecturo um Futuro que não embute na quimera deles.
Este choque de gerações leva a incansáveis controvérsias, onde a autoridade paternal tem o direito de veto por razões óbvias. Mas nem sempre acompanhada por razões lógicas.
E são essas, as razões lógicas pelas quais lutamos exaustivamente. E emprego este palavrão pois sinto-o muitas vezes. Consciente de tudo isto, sei o que os leva a vetar. E que por vezes esse direito não é usado em nome da razão, nem possui argumentos válidos.
Fruto, - um inevitável sentimento de injustiça do qual não consigo fugir. Por muito que refute tal sentença, o corpo não aceita baixar os braços.
E aqui reside a maturidade, a qual vamos construindo no meio de muitas aprovações e maiores negações. Por vezes, em debate com os próprios aliados, em busca de sabedoria. Calcula-se facilmente que as nossas falhas como filhos só revelam a falha deles como pais. Certamente fizeram o melhor que conseguiram. Tomara fazermos o mesmo; - o dever será fazer melhor.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O medo


Medo de abrir aquela porta. A porta que leva ao lugar mais… - a que lugar leva? Será um lugar de alegrias ou tristezas? Que ou quem reside lá? Ou ainda reside lá? Talvez um par de incertezas.
Há muito que tranco uma porta que já nem sei para onde vai dar. Tenho recordações boas e más de quando a tinha aberta. Ou talvez sejam só recordações. Se são boas ou más é indiferente porque tudo na vida seja ela boa ou má ensina-nos alguma coisa. Sei que fui eu que a trancou. Sou eu que tenho a chave e só lá entra quem eu deixar. E talvez o problema seja esse.
Esta porta que mais parece um muro de Berlim… foi construída por necessidade… separando-me de sentimentos exaustos de outrora. Como ossos partidos que com o tempo se curaram.
Quando curam ficam mais fortes nessas zonas. Se partirem outra vez, já partem ao lado. Também nós somos assim, aprendemos com os nossos erros. Deixamo-nos partir em certas zonas e sempre diferentes mas, deixamo-nos partir varias vezes.
Nós somos como um osso. - Leva tempo mas cura.
Como sabem este tipo de lesões deixam sempre marcas. - Nunca é a mesma coisa.
Eu posso dizer que já parti muitos ossos e também já ajudei a partir. Gostava de ser corajoso e ter partido mais ossos ainda. Mas não; escolhi ser cauteloso, apesar de nos tempos que correm não ser nada fácil.
Sei que tolerei bastante e também não fui fácil de tolerar. Tenho consciência disso. Mas levar engessado à espera de curar um osso é situação que não gostava de repetir.
Sei que ao abdicar desta porta resta-me o trilho da incerteza. Isolamento para sempre talvez. Gostava de ter coragem para a abrir. Mas não acho de momento motivo que me vença. Já passei a fase do aéreo de que tanto tenho saudades. Sinto que fujo de qualquer responsabilidade com medo que ela se transforme. Talvez a melhor coisa a fazer será abrir as asas e voar novamente. Ir aterrando de porto em porto. Seja ele seguro ou inseguro. Aterrar e levantar quando quiser.
Dos portos que conheço, o medo de aterrar até não é muito, mas prefiro pairar sobre eles para ter a certeza que consigo aterrar em segurança.
Criei valores muito altos para mim, então agora não aterro num porto por aterrar.

Está confuso eu sei. Todo o medo é confuso.
Ou talvez esta confusão me provoque medo…