Cada pessoa tem uma maneira de ser peculiar, desde a responsabilidade,
dinamismo, vontade de mudança, o amor pela rotina, a valentia perante as
decisões, por exemplo, distribuem-se em cada um de nós em doses diferentes.
Somos todos diferentes, até aí não há dúvidas, mas, seremos assim tão
diferentes? Na nossa vida quotidiana deixamo-nos muitas vezes levar por
arrebatamentos e dizemos ou fazemos coisas das quais, mais tarde, nos
arrependemos. Assim como tomar uma decisão; a vida é cheia delas, qualquer
decisão tem implícito o risco de erro, mas decidir é algo inevitável porque até
o facto de não tomar qualquer decisão é deixar que as coisas sigam o seu curso
normal. Mais ainda, quando sabemos que temos de enfrentar uma situação tensa,
difícil, na qual podemos perder a cabeça, tranquilizamo-nos antecipadamente
dizendo-nos que, aconteça o que acontecer, vamos manter a calma. No entanto,
chegado o momento, uma palavra ou um gesto podem enfurecer-nos e levar-nos a
reagir de forma imprevisível e oposta à que tínhamos planeado.
No entanto, quando é momento de interagir, uma boa auto-estima favorecerá as
nossas relações com o ambiente, enquanto que uma má imagem de nós próprios
far-nos-á reagir com uma cautela desnecessária, com medo, ansiedade e
desconfiança, frustrando as relações e fazendo-nos perder oportunidades. O
stresse produz-se quando temos de enfrentar coisas que, segundo julgamos,
erroneamente ou não, ultrapassam as nossas forças físicas e psíquicas; quando
nos sentimos incapazes de cumprir com o que se espera de nós. Entre os fatores
de stresse com que podemos deparar-nos, podem citar-se o desemprego, o tempo
de espera para tratar de algum assunto, a deslocação de carro em horas de
ponta, a falta de lugares de estacionamento, o rápido ritmo de vida a que
estamos submetidos e mil situações imprevistas com que nos deparamos
diariamente. Mas as causas do stresse não estão sempre na baixa auto-estima; se
temos um chefe excessivamente rígido, injusto e abusivo, é muito possível que
nos atribua trabalhos que são humanamente impossíveis de realizar no tempo
exigido. E ainda que saibamos que ele tem consciência de que nos está a pedir o
impossível com o objetivo de nos criar insegurança levando-nos a
esforçarmo-nos até ao limite, nem sempre poderemos estar isentos de
experimentar sintomas de stresse.
Quem conhece a teoria de Maslow e a sua pirâmide das necessidades, onde está
explícito o seu conceito de «hierarquia das necessidades»; Maslow defende que,
quando um individuo tem totalmente satisfeitas as necessidades de um nível, não
se torna apático mas, pelo contrário, tenta satisfazer as necessidades do nível
seguinte. Infelizmente, no mundo do trabalho, muitas empresas não permitem
sequer que os trabalhadores satisfaçam o segundo escalão da pirâmide. Muitos
chefes ameaçam constantemente com despedimentos criando nos empregados um
ambiente de insegurança e de desassossego. Talvez com isso consigam que
desempenhem estritamente o seu trabalho, mas não que desenvolvam e ponham em prática
todas as suas capacidades.
Infelizmente, nem toda a gente trabalha naquilo que teria
gostado. Nas empresas há pessoas cujo sonho teria sido ser bailarina, piloto de
Fórmula 1 ou arquiteto. Independentemente das diversas circunstâncias que os
tenham impedido de seguir a sua vocação, passam muitas horas por dia a atender
um telefone, contactar clientes, a dirigir equipas de vendas ou a atender atrás
de um balcão. Exceto nos casos em que se tenha tido a grande sorte de
trabalhar em algo que seja apaixonante, é óbvio que a maior parte das pessoas
preferia poder dedicar as horas da jornada laboral a outras atividades que lhe
pareçam mais gratificantes. Ainda assim, apelando à sua responsabilidade,
desempenham diariamente as tarefas que lhes foram atribuídas, quer gostem ou
não, com o objetivo de ganhar um salário para se sustentarem a elas próprias
ou à sua família.
A capacidade de se entusiasmar com aquilo que se está a fazer
é fundamental para ter uma qualidade de vida digna e para manter um bom estado
de saúde tanto física como psíquica. As pessoas que não estão bem no seu posto
de trabalho não só rendem menos à empresa mas, o que é pior, têm propensão para
desenvolver desequilíbrios emocionais que se traduzem em ansiedade, stresse,
abatimento e depressão. Estas emoções negativas acarretam posteriormente uma
deterioração física que pode levar a transtornos cardíacos, intestinais,
respiratórios ou de qualquer outra natureza, chegando a ser, frequentemente,
causas justificadas de baixa laboral.