Há uns dias estava eu num jardim absorto a ler uma revista, quando me deparo com esta situação: um casal. Ela a chorar sentada, ele em frente a ela, de pé. E eu, como figura observadora que sou, pus-me logo a analisar uma possível razão para aquilo. Era óbvio, quanto a mim. Traição.
Ela atolava-se em lágrimas, soluçava, tremia assustadoramente e tapava a cara. Ele, na sua postura de macho incrédulo com a situação, sem uma única lágrima ou ruga na cara olhava para ela. A emblemática atitude. Depois de "comer fora". Ali, parado. Como se nada fosse e o amanhã não viesse. "Foi só um caso de uma noite, Sofia", escutei eu. Lá está, era mais do que evidente. Também eu sofri a uns metros de distância.
E também eu, num ápice, senti de novo na pele tudo aquilo. O passado veio até mim como uma flecha, e eu não me consegui defender. Deitou-me abaixo, pura e simplesmente. E naqueles instantes foi-se tudo o que havia de mais belo dentro de mim.
É algo que me transcende, a traição. Há sempre alguém aliciado pelo sexo alheio, há sempre alguém que cai.
E quando se levanta quer começar de novo. Uns conseguem-no, de facto. Outros não. "Foi um erro, não volta a acontecer". É sempre um erro, mas volta a acontecer. Volta sempre.
Eu tive o dom de perdoar (ou a estupidez, como quiserem) e dar a hipótese de começar de novo. Uma hipótese dada a mim mesmo. Porém, há quem não o faça. São os razoáveis, esses. Ou talvez não.
Passado um pouco, a Sofia levantou-se, ainda a lacrimejar, e deu o braço ao namorado. Decisão tomada.
Gostava de acordar, um dia, e de não ter visto a Sofia.
Ela atolava-se em lágrimas, soluçava, tremia assustadoramente e tapava a cara. Ele, na sua postura de macho incrédulo com a situação, sem uma única lágrima ou ruga na cara olhava para ela. A emblemática atitude. Depois de "comer fora". Ali, parado. Como se nada fosse e o amanhã não viesse. "Foi só um caso de uma noite, Sofia", escutei eu. Lá está, era mais do que evidente. Também eu sofri a uns metros de distância.
E também eu, num ápice, senti de novo na pele tudo aquilo. O passado veio até mim como uma flecha, e eu não me consegui defender. Deitou-me abaixo, pura e simplesmente. E naqueles instantes foi-se tudo o que havia de mais belo dentro de mim.
É algo que me transcende, a traição. Há sempre alguém aliciado pelo sexo alheio, há sempre alguém que cai.
E quando se levanta quer começar de novo. Uns conseguem-no, de facto. Outros não. "Foi um erro, não volta a acontecer". É sempre um erro, mas volta a acontecer. Volta sempre.
Eu tive o dom de perdoar (ou a estupidez, como quiserem) e dar a hipótese de começar de novo. Uma hipótese dada a mim mesmo. Porém, há quem não o faça. São os razoáveis, esses. Ou talvez não.
Passado um pouco, a Sofia levantou-se, ainda a lacrimejar, e deu o braço ao namorado. Decisão tomada.
Gostava de acordar, um dia, e de não ter visto a Sofia.
Foi pura estupidez, joão :)
ResponderExcluirSei do que falas e sei de quem te referes. Fui uma das responsáveis por estragar aquilo que ainda hoje tenho saudades. Admito que nunca fui tão feliz quanto nessa altura. Apesar da nossa diferença de idade, sempre tiveste mais consciência do que eu, lamento só o admitir depois do nosso fim. Engraçado que ainda hoje te comparo com todos os namorados que tive. Se o arrependimento matasse.
ResponderExcluirjinhos