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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Rituais & Superstições


Todos nós levamos a cabo uma série de rituais simples e previsíveis desde que nos levantamos de manhã até à hora de deitar. De certo modo todos esses rituais são fruto da necessidade de controlarmos a nossa vida. São efectivamente acções pouco racionais que levamos a cabo, com a crença de manipularmos o nosso futuro, e que não chegamos a ver resultados. Mas o incrível é que todos os dias agimos destas formas supersticiosas e sem saber porquê.

Será stress?

Temas como: crise; aquecimento global; fome; desastres naturais; guerra; desemprego; assaltos. Temas estes que nos são bombardeados todos os dias pela comunicação social – serão eles os culpados deste sentimento de tensão?
Diz-se que a tecnologia tem dado os seus maiores passos nestes últimos 20 anos que em 200 atrás. As pessoas andam cada vez mais depressa. Falam mais depressa e querem em apenas 24 horas fazer o que há anos se levavam semanas. O mundo parece que roda cada vez mais depressa. Os dias acabam depressa e não conseguimos fazer tudo o que queríamos. E andamos sempre apressados com medo que o mundo se acabe. É verdade, estamos a evoluir muito depressa. E toda esta evolução espontânea leva a que o mundo seja mais imprevisível. Quanto mais imprevisível se torna o mundo, maiores são as nossas tentativas de nos sentirmos em controlo sobre a nossa vida. E quanto maior é esta ansiedade e incerteza que sentimos, mais facilmente adoptamos comportamentos e rituais supersticiosos.
Começando logo pela manha, desde o escovar os dentes com uma pasta branqueadora para ficar com os dentes mais brancos. Tomar o duche e colocar aquele perfume em lugares estratégicos. Ler os e-mails à espera de receber uma mensagem que nos solucione qualquer coisa ou mesmo passar os olhos pelas manchetes dos jornais esperando algo inédito – seja aquilo que nos dê confiança para lidar com o que ainda está para vir durante todo o dia. Andar por cima das marcas azuis do pavimento. Atravessar a passadeira só pisando as riscas brancas e até desviar de um escadote para não passar por baixo. As nossas refeições têm de ser acompanhadas por outras pessoas do grupo de amigos ou colegas, num restaurante habitual. Um acto social que nos reúne com a nossa tribo e transformamo-nos de seres solitários em membros de um grupo. Nas saídas nocturnas, a preocupação com a aparência. Aquela luta pela aceitação dos outros. Evidenciam-se uma serie de rituais que alteram o nosso aspecto que nos fazem parecer melhor e também mais confiantes. O uso do tal anel ou colar da sorte. Por fim, a preparação do futuro. Desde desligar luzes, o computador. Fechar as janelas e trancar a porta. Preparar as coisas para o dia seguinte, deixando logo o saco à porta de casa para não nos esquecermos no dia seguinte. Como último ritual do dia, o importante será sentirmo-nos em segurança então rezamos.

No dia seguinte recomeçamos de novo todos os rituais.

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